sexta-feira, 19 de maio de 2023

V de espadas.

 O tarô, como sempre, me dá uma grande lição; eu queria perguntar sobre os motivos da ansiedade que sinto e o que devo fazer pra me sentir melhor, mas nem precisei, porque na minha carta semanal do conselho da lunação já me veio essa resposta.

Ainda sou estudante do baralho de Marselha, como acho que pra sempre vou ser. O que penso sobre o V de espadas é a instabilidade mental e conflitos transponíveis, algo que se estabelece depois de uma estagnação pra ser ultrapassado, não sem alguma dificuldade, e finalizar em uma harmonia. 



Meus estudos são sempre com Marselha, mas gosto de usar Waite como uma forma de expandir o significado dos números e naipes, sempre cuidando pra não me apegar à imagem desenhada; penso que isso pode ser limitante, mas vejo como um auxílio pra quem tá aprendendo. Assim, olhei a imagem e percebi a derrota em uma batalha, dois perdedores e um vencedor. Sendo espadas o naipe da mente, lembro de uma frase que meu pai costuma dizer: "quando algo não tem solução, já está solucionado". 

Essa derrota mostrada na carta toma forma também de uma desistência, visto que as pessoas ao fundo ainda estão vivas e aparentemente sem ferimentos; na verdade não parecem ter perdido, mas decidido ir embora. Foi uma escolha, antes de serem incapazes. Solucionaram sem buscar uma solução ativamente, mas aceitando a única solução possível.

Com isso compreendi o que minhas próprias palavras disseram quando olharam pra essa carta como meu conselho da semana: instabilidade mental e conflitos transponíveis mostram que um excesso de pensamentos não leva a algo construtivo senão a derrota, que mostra a sabedoria em transpor esse conflito através da desistência pra que novos caminhos possam ser trilhados. 

O momento pessoal que vivo é de muita ansiedade, e percebi, com isso, que quero coisas demais ao mesmo tempo e tento exercer todas elas, obviamente sem sucesso na maioria. Tenho dois trabalhos, a faculdade, quero tocar bem vários instrumentos e compor músicas, escrever poemas e outros textos, ler poesia, literatura e trabalhos sobre temáticas que me interesso, quero me alimentar bem e me exercitar na academia, pedalando, no yoga e aprendendo a dançar, meditar, aprender a mexer na câmera fotográfica que tenho e tirar fotos de plantas e paisagens, terminar minha carteira de motorista, dar rolê na noite com amizades, ver amizades sem ser em rolê, aprender a falar espanhol, não deixar o inglês de lado, estudar tarô, exercer minha magia, e além disso tudo resolver situações que nem existem, como três relacionamentos irreais e dificuldades de um intercâmbio que ainda não fui selecionada. Coisas demais pra focar. Não existem prioridades; ou é uma prioridade, ou não é. E o que é minha prioridade, o que é meu foco, e o que são as demais coisas mais importantes e que quero realmente realizar agora?

O naipe de espadas sempre vem atrás de mim, aqui com meu sol e mercúrio em virgem e lua em capricórnio, além dos aspectos que me fazem ter dificuldade em entender sentimentos e comunicar eles pra mim mesmo. Sempre a mente, sempre a ansiedade que não cessa; o V de espadas vem me trazer muita sabedoria em um momento óbvio que não tinha percebido o que fazer. E vem me relembrar o ensinamento que meu pai fala repetidamente desde que eu era criança, e que por muito tempo não dei valor e até achei irrelevante ser repetido tantas vezes. Mas é verdade: se não tem solução, tá solucionado.

A sabedoria dessa carta, nesse meu momento, é a de desistir dessa briga com o tempo e com minha própria energia. Às vezes, a derrota é uma vitória e o único jeito de sair vitorioso. 

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