Ruidosa rua
Pela janela aberta.
A pomba
Pela janela aberta.
A pomba
Está morrendo na praça.
Estão trocando as flores
Que estão secando na praça.
O chafariz de água
Também precisa ser limpo.
As flores caídas no chão
Recolhidas pela cholita.
Os refrescos,
As bactérias
Que os intestinos não conhecem.
Buzinas e adelantes
Pijchando coca.
Pelos pela comida,
Carrinhos de mão,
Amendoim e palta.
Alasitas,
Qual meu pedido?
Que miniatura comprar
Pra pedir o que não sei?
Que a Virgem de Urkupiña
Me ensine a bailar.
Os diabos das minas
Com seus brilhos e fogos,
Suas roupas e máscaras
Estão querendo fugir.
Zampoñas e trompetes,
Tambores e militares.
Do terraço
Vejo montanhas que tiram o ar.
Bosque boliviano-tucumano,
Bicicletas quebradas,
Grandes distâncias.
O lago está seco,
Os narizes sangram.
Cada um aqui vive um tempo diferente.
Quanto mais perto do sol
E em mais baixas altitudes
Mais queima.
A poesia dá sono,
A coca machucada.
Pia entupida,
Água transbordando.
E a pomba, já morreu?
Os pães no lixo,
O vento forte,
A cultura calorosa.
Caminho pelas ruas
Que a chuva não molha
Mas sempre há passos
E diferentes pneus.
O Cristo nos observa,
Brilha em cima do morro.
Cinquenta centavos de boliviano,
Tantas palavras desconhecidas
E tanto mais a conhecer.
Seco, tudo é seco,
Mas se molha todos os dias.
O dente de leão
Facilmente volta a florescer.
Cochabamba está em fruto
E não são exóticas invasoras.
Tudo que meus olhos veem
E o que os ouvidos ouvem,
Em quechua e español,
Tão distante da metrópole,
Tão nativo dessa terra.
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