Sempre relacionam pássaros a liberdade, e aí está algo que não entendo. Aonde está o ser livre onde há ações apenas por instinto? O que torna o voo livre, quando não há outra escolha além dele? Dessa forma os peixes também seriam sinônimo de liberdade, mas não o são, pois estão presos em determinada quantidade de água, sem mais escolhas. E os pássaros, não estão eles também restritos, mas a determinada quantidade de ar? Não seríamos, assim, nós, humanos, mais livres que ambos, por termos os três planos disponíveis para vagar, água, terra, ar? E, além disso, também a possibilidade de ir para o espaço? Mas somos nós presos em nossas mentes, em restrições. Entra para o plano da moral, não poder fazer algo, mas querer mesmo assim, por ser sinônimo de liberdade. Os pássaros não são livres. E, se voássemos, não seríamos livres também. Teríamos que tomar cuidado com diversos fatores, ainda teríamos nossa vida e nossas obrigações, nossas preocupações, e com essa realização surgiriam novas vontades, pois nunca há a satisfação. Se voássemos com os pássaros quereríamos nadar mais fundo que os peixes, e nossa liberdade seria cada vez menor, pois se criaria a ânsia de ser mais livre, mesmo que em conceitos estranhos, difusos. A verdade é que a liberdade é uma ilusão. Podemos metaforizar o voo como tal, pensando em flutuar sem pensar em nada, em ter nada o que se importar, mas sabemos que isso é mentira, que a mente pode flutuar e passear por onde bem entender, os pensamentos, mas mesmo assim estão presos a pré conceituações. A liberdade é uma ilusão. O que é a liberdade? Não sei. Não é voar. Não é nadar. Não é vagar sem rumo. Pode ser, talvez, a solidão, mas não somos livres de nós mesmos, nem livres de nossos planos, livres dos outros, livres da vida. O que torna uma ação mais libertadora que outra? O que torna o voo tão importante sinônimo? A diferença. O pensar que somos nós os presos, e, por isso, qualquer coisa diversa de nossa realidade será bom, será libertador, mesmo que não seja verdade, e a verdade é que não é.
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